Mais Um pouquinho de Histórias do Carnaval no Brasil... 01
Cordões, ranchos e
marchinhas
Todavia, as camadas populares não desistiram de suas
práticas carnavalescas. No final do século XIX, buscando adaptarem-se às
tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os
primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com
manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes
bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de
origem rural.
As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX,
e o nome originário mais conhecido é o de Chiquinha Gonzaga, bem como sua
música O Abre-alas. O samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a
música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao longo do
tempo o legítimo representante musical do carnaval.
Afoxés, frevo e
corsos
Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do
século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as tradições culturais
africanas. Os primeiros afoxés foram o Embaixada Africana e os Pândegos da
África. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e
o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se ainda
mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre
a classe dominante como entre as classes populares. Por volta da década de
1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca
desfilando pela avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou
até por volta da década de 1930.
Escolas de samba e
Trio elétrico
Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba
na década de 1920. As primeiras escolas teriam sido a Deixa Falar, que daria
origem à escola Estácio de Sá, e a Vai como Pode, futura Portela. As escolas de
samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos. A primeira disputa entre as
escolas ocorreu em 1929.
As marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a
partir da década de 1930. Uma das mais famosas marchinhas foi Os cabelos da
mulata, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença. Essa década ficou conhecida como
a era das marchinhas. Os desfiles das escolas de samba desenvolveram-se e foram
obrigados a se enquadrar nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas. Os
alvarás de funcionamento das escolas apareceram nessa década.
Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu
após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba
instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante,
desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Todavia, o
nome “trio elétrico” somente foi utilizado um ano depois, quando Temistócles
Aragão foi convidado pelos dois.
O trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando
Morais Moreira adicionou o batuque dos afoxés à composição. Novo sucesso foi
dado aos trios elétricos, que passaram a ser adotados em várias partes do
Brasil.
Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco.*
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